O homem que escreveu com os olhos

A história de Jang Ik-sun é, sem dúvida, um poderoso exemplo de como a determinação humana pode, de fato, superar obstáculos aparentemente intransponíveis. Ainda na infância, aos cinco anos, ele foi diagnosticado com distrofia muscular progressiva. Essa condição, ao longo do tempo compromete de forma gradual os movimentos do corpo. Atualmente, aos 38 anos, Jang enfrenta quase total paralisia e, além disso, depende de ventilação mecânica para respirar. No entanto, apesar de todas essas limitações, ele não permitiu que sua condição definisse seus limites; pelo contrário, encontrou maneiras de seguir adiante com coragem e criatividade e se tornou o homem que escreveu com os olhos.

História de Ik-sun

Em 2019, Jang ingressou no programa de pós-graduação em Serviço Social na Universidade de Gwangju, na Coreia do Sul. Sem a capacidade de escrever ou digitar, ele recorreu a um sistema de rastreamento ocular, que permite controlar o cursor do computador com os olhos. Utilizando esse dispositivo, Jang escreveu sua tese de mestrado piscando letra por letra, um processo que exigiu cerca de 490 mil piscadas ao longo de três...

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A história de Jang Ik-sun é, sem dúvida, um poderoso exemplo de como a determinação humana pode, de fato, superar obstáculos aparentemente intransponíveis. Ainda na infância, aos cinco anos, ele foi diagnosticado com distrofia muscular progressiva. Essa condição, ao longo do tempo compromete de forma gradual os movimentos do corpo. Atualmente, aos 38 anos, Jang enfrenta quase total paralisia e, além disso, depende de ventilação mecânica para respirar. No entanto, apesar de todas essas limitações, ele não permitiu que sua condição definisse seus limites; pelo contrário, encontrou maneiras de seguir adiante com coragem e criatividade e se tornou o homem que escreveu com os olhos.

História de Ik-sun

Em 2019, Jang ingressou no programa de pós-graduação em Serviço Social na Universidade de Gwangju, na Coreia do Sul. Sem a capacidade de escrever ou digitar, ele recorreu a um sistema de rastreamento ocular, que permite controlar o cursor do computador com os olhos. Utilizando esse dispositivo, Jang escreveu sua tese de mestrado piscando letra por letra, um processo que exigiu cerca de 490 mil piscadas ao longo de três anos. Assim, o resultado foi uma dissertação de 70 mil caracteres intitulada “Uma autoetnografia de um ativista acamado com deficiência muscular usando um ventilador”, na qual ele analisa as barreiras sociais enfrentadas por pessoas com deficiências severas e a necessidade de maior suporte governamental para esses pacientes.

Além de sua conquista acadêmica, Jang é um ativista dedicado aos direitos das pessoas com deficiência. Ele trabalha na Associação de Distrofia Muscular de Gwangju e utiliza seu canal no YouTube, “Ik-sun Jang, um homem que pisca 10 milhões de vezes”, para conscientizar o público sobre as dificuldades enfrentadas por pessoas com distrofia muscular. Notavelmente, ele edita seus vídeos utilizando apenas os olhos.

A determinação de Jang também o levou a desenvolver soluções tecnológicas para melhorar sua qualidade de vida. Ele criou um sistema de automação residencial que lhe permite controlar cortinas, ar-condicionado e purificadores de ar com o rastreamento ocular. Além disso, adaptou um sistema para continuar jogando videogames, utilizando sensores no queixo, polegar e dedo do pé.

O exemplo do homem que escreveu com os olhos

Jang Ik-sun é um exemplo inspirador de como a tecnologia, aliada à força de vontade, pode quebrar barreiras e abrir caminhos. Sua história destaca a importância de tornar a tecnologia assistiva mais acessível e de promover políticas públicas que garantam inclusão e suporte adequados para pessoas com deficiência. Como ele mesmo afirma: “Para mim, ativismo não significa apenas exigir mudanças — significa provar o que é possível”.​

A trajetória de Jang nos lembra que, com determinação e apoio adequado, é possível transformar desafios em conquistas significativas.