O que é Síndrome de Burnout e como ela influencia seu trabalho?
Aproximadamente 30% dos trabalhadores brasileiros enfrentam o desafio da Síndrome de Burnout, de acordo com dados fornecidos pela Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT).
Embora este tema não seja recente, é relevante notar que a Síndrome de Burnout continua a ser um tópico de discussão significativo. Ainda mais, a Organização Mundial de Saúde (OMS) a reconheceu como uma condição ocupacional ao incluí-la em sua Classificação Internacional de Doenças (CID).
Além disso, os números associados às crises de ansiedade e burnout não param de crescer. Segundo dados do relatório "Tendências Globais de Talentos, 81% dos profissionais em atividade laboratoral afirmam a beira do burnout.
O que é a Síndrome de Burnout?
A Síndrome de Burnout é uma condição psicológica que se caracteriza pelo estado de tensão emocional e estresse decorrentes de exigências laborais extremamente desgastantes.
Este esgotamento crônico se...
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Aproximadamente 30% dos trabalhadores brasileiros enfrentam o desafio da Síndrome de Burnout, de acordo com dados fornecidos pela Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT).
Embora este tema não seja recente, é relevante notar que a Síndrome de Burnout continua a ser um tópico de discussão significativo. Ainda mais, a Organização Mundial de Saúde (OMS) a reconheceu como uma condição ocupacional ao incluí-la em sua Classificação Internacional de Doenças (CID).
Além disso, os números associados às crises de ansiedade e burnout não param de crescer. Segundo dados do relatório “Tendências Globais de Talentos, 81% dos profissionais em atividade laboratoral afirmam a beira do burnout.
O que é a Síndrome de Burnout?
A Síndrome de Burnout é uma condição psicológica que se caracteriza pelo estado de tensão emocional e estresse decorrentes de exigências laborais extremamente desgastantes.
Este esgotamento crônico se manifesta por meio de uma notável diminuição do interesse e do envolvimento nas atividades laborais. Acompanhado por uma sensação de esforço exacerbado. Ao mesmo tempo que sentimentos negativos como frustração, depressão e a perda de sentido atribuído ao trabalho são mais frequentes.
Nesse contexto, a crescente influência da tecnologia tem, de fato, proporcionado várias facilidades tanto na esfera pessoal como na profissional. No entanto, essa mesma evolução tecnológica pode ser prejudicial, induzindo a graves pressões emocionais e sobrecarga crônica.
A Síndrome de Burnout na visão de especialistas
Ana Carolina Souza é uma neurocientista associada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que trabalha como sócia na empresa Nêmesis. Através de suas análises, ela fornece uma compreensão aprofundada da síndrome de burnout.
Ela a define como uma preocupante desconexão que abrange fatores críticos, como a carga de trabalho, a percepção de controle que o trabalhador mantém sobre sua situação, o reconhecimento de suas contribuições e as interações interpessoais, incluindo aquelas com líderes e gestores.
Ana ressalta que, como toda resposta de estresse, essa síndrome tem características complexas. E é por isso que é importante buscar a orientação de um profissional qualificado no processo de diagnóstico.
A neurocientista identifica diversos sintomas mais comuns, tais como a exaustão física e mental, a diminuição do interesse nas atividades laborais, a perda de entusiasmo em relação ao trabalho, frequentemente associada ao absenteísmo, aumento na irritabilidade, sintomas de depressão, ansiedade, diminuição da autoestima, dificuldades na concentração, além de um viés pessimista, entre outros.
Alguns sintomas também podem ser físicos, como dores de cabeça constantes, enxaqueca, fadiga, palpitação, pressão alta, tensão muscular, insônia, problemas gastrintestinais, gripes e resfriados recorrentes.
Segundo Ana, tão importante quanto o entendimento dos sintomas associados ao quadro em si é o conhecimento de quais são as condições que favorecem o Burnout. Principalmente por parte das empresas e dos gestores.
O início dos sintomas pode se dar por um acúmulo de tarefas, um excesso de responsabilidades e um nível de exigência/pressão exagerado. Que pode estar associado à uma alta demanda de trabalho. Esse cenário tende a favorecer a sensação de impotência e inclusive a falta de perspectiva que junto com a sobrecarga de trabalho permitem o quadro de Burnout.
Relato de quem já esteve nessa situação
- Fernanda Jacob
Fernanda Jacob, ex-professora de 48 anos foi diagnosticada em 2018 com a síndrome. No entanto, a escola em que trabalhava não quis demiti-la por esse diagnóstico, mas reduziram a carga horária de trabalho.
Assim, ela continuou trabalhando até dezembro de 2019. Até que percebeu que não conseguiria mais continuar no ambiente pois a sala de aula virou um pesadelo e saiu do emprego. E relatou que ao fazê-lo, sentiu “liberdade”.
“Depois que temos Burnout, achamos que não temos valor, nem mesmo para a nossa própria família”
Fernanda Jacob, ex-professora
Fernanda atuou nesse cargo por mais de 26 anos, e nesse tempo, passou por um turbilhão de emoções, sendo diagnosticada inicialmente com a Síndrome do Pânico e esgotamento, recebeu o prognóstico de antidepressivos, calmantes e terapia.
No entanto, ela seguia experienciando sintomas como perda de memória, confusão mental, sentimentos de inutilidade, taquicardia, perda de cabelo, falta de ar, náuseas, fome exacerbada e quadro de psoríase (doença crônica da pele).
Um dos seus maiores medos durante esse período foram a paranóia, morrer antes de sua mãe e se tornar um problema para a escola em que lecionava.
A ex-educadora complementa que o problema dos professores não está na sala de aula, mas nos bastidores da profissão. Que a síndrome chega em um nível que acaba com toda a felicidade que tinha ao ir trabalhar.
“Você acaba gastando todo o dinheiro que você ganha para comprar a felicidade que te falta”
Para complementar, Fernanda relata que fora o cotidiano comum de um professor, com as novas tecnologias surgindo e aprimorando o aprendizado, muitos dos educadores sofrem por não conseguirem acompanhar e aprender com facilidade e no ritmo exigido.
Atualmente, ela atua como empreendedora no ramo da venda de roupas plus size no Sudoeste e conta que o maior gatilho para sua síndrome é a escola e evita qualquer tipo de envolvimento com o assunto.
Tecnologia e a Síndrome de Burnout
De acordo com Wagner Siqueira, conselheiro federal do Conselho Regional de Administração do Rio de Janeiro (CRA-RJ), o meio digital vem piorando a síndrome de burnout. Pois profissionais que estão muito comprometidos com a tecnologia tendem cada vez mais a fazer um trabalho solitário e individual.
O administrador defende que o ser humano necessita da interação social e que profissionais da área da tecnologia tendem a ter um agravamento de suas situações em termos de Burnout. Isso por que são os mais propensos a não interagir com outras pessoas.
“A tecnologia certamente traz muitos benefícios para o nosso dia-a-dia, porém é preciso aprender a utilizá-la de forma estratégica. A diversidade de canais de comunicação disponíveis hoje pode levar a uma sensação de sobrecarga sobre o colaborador. Isso pode gerar dificuldade de alinhamento de prioridades, excesso de cobrança, erros de comunicação, dentre outros problemas”
Ana Carolina Souza
Como as empresas deveriam lidar?
O controle do estresse e o exercício saudável da liderança são aspectos fundamentais para ajudar a evitar que tais quadros ocorram, já que uma vez instaurado, o Burnout traz prejuízos importantes para saúde do indivíduo e impacta diretamente a produtividade das equipes, segundo Ana Carolina.
Para evitar que isso ocorra, é importante que os gestores tenham conhecimento do fenômeno e estejam constantemente atentos aos seus colaboradores como uma forma de prevenção.
Ao perceber que algum dos colaboradores pode estar sob grande pressão, sobrecarregado, ou desenvolvendo uma possível frustração associada ao trabalho, é importante buscar formas de reverter o cenário e assim evitar um desgaste maior, e possível desenvolvimento de Burnout.
Nesse contexto, o exercício da empatia pode ser uma forma muito eficiente de leitura dos colaboradores, permitindo uma maior sensibilidade na hora de direcionar suas atividades e dar retorno sobre seu desempenho. A empatia é uma habilidade fundamental para uma comunicação e liderança mais eficientes e existem diferentes formas de exercitar a empatia, uma delas seria dar atenção às pessoas.
Estratégias para um gestor evitar a síndrome de burnout
- Equilíbrio entre trabalho e vida pessoal
- Incentivar a equipe a tirar férias quando necessário
- Respeitar e apoiar os limites pessoais dos funcionários
2. Trabalhar na comunicação
- Estabelecer um ambiente onde os funcionários se sintam à vontade para falar sobre seu estresse e preocupações
- Ficar atento aos sinais de estresse excessivo, como mudanças no comportamento e produtividade
3. Metas realistas e autonomia
- Definir metas alcançáveis e mensuráveis, evitando sobrecarga de trabalho
- Dar autonomia aos funcionários para que possam tomar decisões e gerenciar seu próprio trabalho
4. Ambiente de apoio
- Incentivar o apoio e colaboração entre a equipe
- Reconhecer e parabenizar as metas e objetivos dos funcionários
Essas são algumas estratégias que os gestores podem implementar na empresa em que atuam para um melhor relacionamento entre gestor e equipe.
Dessa forma, se você quer saber como melhorar o desempenho de sua equipe para que a mesma esteja em alinhamento com a empresa e evitar que os funcionários se sintam sobrecarregados com as demandas, cadastre-se abaixo e descubra como você pode fazer isso de maneira prática!